Madrid é uma cidade que se aprende a gostar.
Não é uma cidade fácil como Sevilha, Barcelona, Salamanca, para falar de algumas que conheço. Durante muitos anos, achei a cidade fria e árida: a monumentalidade da construção e o facto de não haver água (o rio que passa por ali não conta), fizeram-me optar sempre por Barcelona.
Desta vez, a imagem da cidade transformou-se. Para além de termos ficado num bairro residencial – é sempre melhor – vimos sítios que não conhecia e que gostei muito.
A Chueca – ao que consta, a zona gayzola de Madrid – é bonita e com boa onda; as Huertas também.
Detestei o Rastro – já vi e não tenho paciência – e um bairro que me meteu medo (talvez por ter andado na wrong side of the track) e que se chama Malasana.
De salientar o edíficio do Circulo de Belas Artes onde se pode almoçar numa sala magnífica (metro do Banco de Espanha) e uma loja de chocolates chamada Cacao Sampaka – que vai abrir também em Lx, ali nas Amoreiras.
De resto foi passear, tomar café, beber e comer tapas e ver duas magníficas exposições:
a do Van Gogh – os últimos dias (dois meses). O Van Gogh pintou cerca de 72 quadros. Magníficos. Uma exposição imperdível.
– a do Gordillo – um espanhol eclético que expôs na zona temporária do rainha Sofia e que foi uma verdadeira descoberta. Há muito tempo que não via uma exposição de arte contemporanea tão boa.
Vale a pena visitar as permanentes do Thyssem (sobretudo a colecção da baronesa) a ampliação e a parte de baixo do Rainha Sofia.
O Prado só pelo Goya e o Bosch ( que já tínhamos visto).
Quero voltar com a Joana e sem os miúdos. Talvez para ver a exposição da Paula Rego ou só para não fazer nada.
Espanha é sempre uma coisa boa. Em vez de pretender uma união ibérica, devíamos olhar para o exemplo dos espanhóis e não copiar só aquilo que eles têm de mau ( que é o que temos feitos como só nós sabemos fazer).