Toda as pessoas sabem que a maior parte da cozinha internacional que se come em Portugal não é cozinha do país que prtende representar.
Como não será surpresa perceber que o “portuguese bacalau”- quando se encontra – que se come lá fora muitas vezes faz lembrar postas de pescada para gatos, ligeiramente salgada.
Tenho tido a oportunidade de ser sovado, diariamente, pela minha cunhada, a Sardinha, em questões que respeitam a cozinha italiana. Eu, a J. e os miúdos.
Por exemplo, a pizza. Jamais leva fruta, poucas vezes cogumelos. A genuina pode levar presunto ( nunca fiambre), anchovas e alcaparras ( que eu adoro e que ela já prometeu fazer). Para além disto, o famoso molho de tomate e o queijo, condições essenciais para se falar de pizza.
Outro exemplo, o molho de tomate. Faz-se com tomate alongado, muito maduro, cebola e majericão. Tudo sem gordura. Nunca se começa com um refogado. O azeite deita-se no fim. Nunca se utiliza polpa de tomate, o que é coisa tão óbvia que nem merece comentários.
É claro que os ingredientes têm de ser de primeira qualidade. Nada de cebolas espanholas ( aquelas que têm um sabor tão forte que deixamos de poder beijar quem quer que seja durante 1 mês), ou tomate pouco maduro. O manjericão e outras ervinhas são, de preferência, de colheita caseira. As de compra não prestam.
E, last but not least, as massas são sempre frescas. Não há cá esparguete da Nacional – o esparguete é coisa pobre, prefere os fusili, e outras massas cujo nome não me lembro.
Acreditem que nunca comi comida italiana tão boa como agora.
De tal forma que os meus filhos humilham-me dizendo que as massas e molhos da tia são bem melhores que aquelas feitas pelo pai. Quanto a esta – dispensável – observação, os miúdos, quando voltarmos para casa, vão passar a comer pão duro e água que é para não se armarem em espertinhos.